sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Exercitando...





Exercitando...

Vamos lá para mais um exercício e mais um conteúdo da nossa Morfologia! Dessa vez o nosso blog vai trazer um tema que está presente na nossa sociedade e no mundo inteiro. Com um gênero textual que diz muito com mensagens curtas – a propaganda. A partir disso faremos nossas análises, apontamentos e levaremos para dentro de sala de aula uma campanha muito significativa.

 O Gênero Textual escolhido – Propaganda:

O discurso publicitário usa outdoors, televisão, rádio, jornal, revista, internet para vender um produto ou uma ideia através de mensagens que procuram convencer. A propaganda, geralmente, tem mensagens curtas, breves, diretas e positivas, com predomínio da forma imperativa, presente no slogan, um enunciado repetido à exaustão. Aliado a essa estratégia discursiva verbal, o texto publicitário compõe-se também de linguagem não verbal, em formato de suporte, as imagens, ilustrações e animações são de grande importância na construção de um discurso que explora os consumos ou a consciência da sociedade moderna. Quando veiculados em rádio, televisão, internet, também o som é de suma importância.

COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. 2. ed. rev. ampl. - Belo Horizonte: Autêntica, 2009.





O que é AIDS?

HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos TCD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

A conscientização dos jovens sobre os riscos da Aids e DSTs na escola também pode fazer parte das aulas de Português e envolver conteúdos que envolvam a Morfologia. É muito relevante falar ao jovem sobre a importância de usar o preservativo para evitar a gravidez não planejada e para evitar a infecção por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e pelo HIV. 

Ser um professor que atua dentro de sala de forma interessante, que chama atenção do aluno e ainda consegue passar o conteúdo com temas e aulas diferentes, é o que torna o ensino da Língua Portuguesa, agradável e mais próximo do estudante.

E agora, nossa missão é transformar toda essa campanha entorno do uso da camisinha e das doenças sexualmente transmissíveis em análise morfológica. Com a aplicação dos gêneros nessa discussão facilita muito e dessa maneira que o nosso blog sempre procura trabalhar. Aliando a matéria ou gênero textual!

Análise:

No par:
A costa

As costas

Destacamos –s, indicativo de número plural, o que nos permite afirmar que costa é singular é a ausência de segmento destacável. Temos, então, um morfema Ø (de singular), porque a noção de número é inerente a qualquer substantivo de nossa língua. A análise dessa palavra é muito pertinente, pois a palavra costa no singular toma como significado encosta, declive, litoral, borda do mar. Já no plural - costas, significa dorso, parte posterior do tronco do homem. A desinência de número nesse caso muda até o sentido que a palavra costa adquire.


O portador de aids.

Os portadores de aids.

A palavra AIDS apresenta a mesma forma para o singular e para o plural. É possível depreender, neste caso, qualquer segmento indicativo de número. Aids é constituído de um morfema Ø de número (singular/plural).


Morfema Ø




Como dito no post sobre Processos Morfológicos, o último, mas não menos importante.

  O morfema zero Ø representa uma ausência significativa de alguma marca. Isso acontece, em geral, com relação ao gênero masculino e ao número singular.

  São comuns, na Língua Portuguesa, os exemplos de morfema Ø na flexão verbal: com freqüência, as desinências modo-temporais e números-pessoais são representadas por esse tipo de morfema. Lembremos, contudo, que não se deve postular um morfema Ø quando estamos diante de um elemento recuperável: em ame, não se deve falar em vogal temática Ø, visto que, no tema amA-, a vogal temática se elide antes da desinência modo-temporal –e: am(a)e.

Segundo Kehdi (1990), só podemos destacar um morfema zero se três condições forem satisfeitas:

·         É preciso que o morfema corresponda a um espaço vazio;
·         Esse espaço vazio deve opor-se a um ou mais segmentos;
·         A noção expressa pelo morfema zero deve ser inerente a classe gramatical do vocábulo examinado.

Carone (1994) nos oferece mais exemplos de ocorrência do morfema Ø em nossa língua. De acordo com a autora, o singular dos nomes não se concretiza em um ponto do vocábulo, mas está presente como categoria de número, o que se comprova com o plural: livro-s / livro-Ø. O ponto que, no plural, é ocupado pelo morfema –s, no singular é um conjunto vazio, que representamos pelo símbolo Ø e denominamos de morfema zero. Ambos, porém, são realidades morfêmicas: aliás, como noção gramatical, cada um deles só existe graças à existência do outro. Sem essa oposição sequer seriam cogitados esses conceitos. Assim, a categoria gramatical de número só existe porque um par opositivo a instaura: singular e plural.