sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Exercitando...



Bakhtin (2000) conceitua gêneros textuais como um “enunciado relativamente estável” advindo de uma esfera social específica de comunicação que é estruturada por um conteúdo (temático), por um estilo verbal (léxico, frase, gramática) e por uma construção composicional que lhe são próprias. Dialogando com Bakhtin (2000), Marcuschi (2002) também acredita que os gêneros são fenômenos históricos e que surgem de uma necessidade de comunicação humana, tendo como função a ordenação e a estabilização das atividades sociais.  Os gêneros são entidades sócio-discursivas e formais de ação social que estão presentes em qualquer evento de comunicação.

O exercício proposto para esse conteúdo envolve gêneros textuais e afixos. O gênero conto transformado em um novo gênero, retextualizado e escrito por uma editora de uma revista adolescente. A ideia é levar para dentro de sala histórias a princípio conhecidas e ir moldando de acordo com a intenção da atividade. Apresentando em sala dois gêneros diferentes e o estudo da palavra. 













Depois da realização do novo texto, vamos a segunda parte da nossa proposta.

 Identificar e classificar alguns exemplos de Afixos presentes na nova produção textual.


Re – encontrar: PREFIXO
Re- (repetição; intensidade; reciprocidade)

Chapeuz – inho: SUFIXO
-inho (noção de grau aumentativo, diminutivo ou superlativo ou noção de ideia pejorativa)

Hiper – felizes: PREFIXO
Hiper-  (Posição de superioridade, intensidade, excesso)

Completa – mente:  SUFIXO
-mente  (Adverbial)





quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Raiz e Radical






Relembrando o post sobre Raiz: é o morfema comum a variedade de palavras da mesma família, que tem o mesmo significado básico dessa classe de palavra.

Segundo Kehdi e Rocha, a Raiz pode ser vista, principalmente, em um viés diacrônico. É o morfema comum a várias palavras de um mesmo grupo lexical, portador da significação básica desse grupo de palavras. Sincronicamente, o método de compreensão da raiz é observar um grupo lexical e detectar o elemento morfológico comum.

Agora vamos ver um novo termo e continuar a aprender os conceitos da Morfologia.

O Radical corresponde ao elemento irredutível e comum as palavras de uma mesma família. Considerando-se a série ferro/ ferreiro/ ferramenta é o segmento ferr- que, por satisfazer as exigências especificadas, representa o radical. ( Kehdi, 1999; 26)

O traço comum às palavras da série que é chamado radical, o qual porta a base de significação das palavras dadas. É uma base que vai sendo delimitada com maior precisão pelo acréscimo de outros morfemas à palavra.

O radical porta o núcleo de significação da palavra, que é determinado pelos prefixos e sufixos integrantes da palavra.


Designam-se afixos os morfemas que se anexam ao radical para mudar-lhe o sentido (p.ex: fazer/des-fazer) ou acrescentar-lhe uma ideia secundária (livro/livr-eco). Podem contribuir, ainda, para a mudança da classe do vocábulo: leal, adjetivo, com acréscimo do afixo –dade, passa a substantivo: lealdade.(Kehdi, 1999:27)

Afixos são morfemas que podem ser ligados ao radical da palavra, formando uma nova palavra, que são os derivados. Os Afixos são responsáveis por modificar uma palavra primitiva e transformá-la em derivada.

Ex: Pedra (palavra primitiva) e -eira (afixo) - pedra+eira = PEDREIRA (palavra derivada).


Dependendo do lugar no qual se encontram, os morfemas podem ser chamados de PREFIXOS, SUFIXOS ou INFIXOS. Os Prefixos ocorrem quando o afixo é adicionado no início da palavra. Exemplos: Des- confortável; Re-fazer; Des-leal. Constata-se que é um sufixo quando o afixo é adicionado no final da palavra. Exemplos: Plant-ação; Folha-gem; Legal-mente; Livra-ria. E os Infixos adiciona à raíz da palavra pelo centro, e que assim divide a palavra em duas partes. Um infixo pode ser uma consoante ou vogal de ligação entre duas raízes ou entre uma raiz e um outro afixo. Como em: Ohmímetro.

Comportamento dos Morfemas






Para Mattoso Câmara Jr. (1972), vocábulos átonos (artigos, preposições, algumas conjunções e pronomes oblíquos átonos) que não podem constituir, por si só, um enunciado, são formas dependentes. Servem de exemplo: em, o, te, se, quer (conjunção), para (preposição)etc. Já vocábulos tônicos, como: já, si, quer (verbo), arma, pára  (verbo) etc. são formas livres.

Se um morfema sozinho constitui significado, ele é de forma livre. E pode formar isolada sem enunciado suficiente para a comunicação.  O morfema de forma presa não possui significado sozinho, não é o bastante para construir em enunciado.  E ainda tem a forma livre mínima que em sua extensão não passa dos limites da palavra.
Exemplos:

ü            Forma Livre mínima – flor, pé, feliz

ü            Forma Livre mínima e forma presa – florista, pezinho, felizes

ü            Somente Forma presa –  i-leg-í-vel

ü            Forma dependente – de, por

ü            Forma dependente e forma presa – uma, umas

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012








"O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário."   
Albert Einstein


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Morfologia e seus conceitos









A Palavra referindo-se ao conjunto de letras é a parte escrita ou gráfica. E a palavra da análise morfológica constitui-se da unidade de linguagem humana que pode representar um pensamento e construir um enunciado. A perspectiva abordada pela morfologia é estudar e tem como instrumento de estudo a formação e estrutura da palavra, observando-a de forma isolada. Contudo, não há uma definição consolidada e unificada sobre o conceito de palavra.
O sentido do texto não é redutível à soma dos sentidos das palavras que o compõem nem dos enunciados em que os vocábulos se encadeiam, mas que decorrem de uma articulação dos elementos que o formam: que existem uma sintaxe e uma semântica do discurso." (Fiorin 1997:31).

Os Morfemas são as partes de uma palavra, o qual apresenta o menor elemento significativo, da Língua Portuguesa e subdivide-se em gramatical e lexical. Onde os pedacinhos que compõem a palavra dispõem da forma e significado mais frequentes. E essas palavras serão analisadas como raiz, radical, desinência, vogal temática, tema e afixo. Segundo, M. Basílio se define a Morfologia como a parte da gramática que estuda a palavra do ponto de vista da forma. Entretanto, é necessário especificar os termos centrais  palavra e  forma, ambos altamente indeterminados, além de comuns à linguagem técnica e à linguagem cotidiana e cambiantes, em diferentes visões do fenômeno lingüístico. Se considerarmos, por exemplo, a gramática clássica, a morfologia se concentra na flexão; o objeto de estudo seria o paradigma ou esquema de variações de forma da palavra na expressão de categorias gramaticais.

A realização concreta de um morfema se denomina Morfe e a parte gráfica ou de oralização. A definição de caráter mais abstrato, abraçada por Lyons (1979): o morfema é uma classe de morfes. Trata-se de um critério distribucional. Cada unidade é um morfe, unidade da substância. Assim, -s e -es, por exemplo, são morfes de plural. O conjunto dos morfes é o morfema da Forma do Conteúdo plural, unidade da gramática, sendo o termo forma utilizado no sentido saussuriano como feixe de relações, o que foi adotado por Hjelmslev (1974). Conteúdo é forma, enquanto organiza o mundo extralinguístico através do microssistema gramatical. Quando há mais de um morfe para o mesmo morfema, ocorre alomorfa. Alomorfes são, portanto, as diversas realizações de um único morfema, ou vários morfes.

A Raiz é o elemento que indica o significado básico da palavra, que é composta por um núcleo semântico. A palavra ser composta apenas pela raiz, por sua base fixa, como em mar ou possuir morfemas periféricos, como em marinheiro. É a parte que dá sustentação as todas as outras palavras da mesma família. Segundo Vendryès, numa perspectiva lingüística, visava a identificar as unidades inferiores à palavra, para chegar a uma análise mórfica viável e ao reconhecimento das classes vocabulares. Morfemas abrangem não apenas o que admitimos como formas dependentes, mas também formas presas como as desinências. Se semantemas abrangem palavras indivisíveis, como mar e sol, também abrangem constituintes nucleares de palavras divisíveis (pelo menos, segundo interpretação corrente), como cant-, de cantar, livr-, de livraria.

O Ponto de Partida do MORFOLOGIANDO
















A Morfologia abrange o estudo das palavras quanto à sua estrutura e formação. Segundo o Dicionário Brasileiro Globo, é a parte da gramática, que trata do aspecto formal das palavras, isto é, da estrutura e formação, da sua flexão e classificação. A singularidade da Morfologia é analisar e aprofundar cada fragmento da palavra de uma forma isolada e não no interior da frase ou período. Defina também como o segmento da gramática da língua que estuda os morfemas.

O Blog MORFOLOGIANDO traz um ambiente voltado para a reflexão e aprendizagem da Morfologia. Criando um espaço para o estudo morfológico e como pode ser aplicada em sala de aula por professores e estudantes da Língua Portuguesa. E tem como objetivo mostrar conceitos e ideias para a realização de exercícios em sala de aula que proponham dinâmicas e interação entre o conteúdo e os alunos. Com o intuito de obter uma maior aquisição de conhecimentos teóricos e práticos para o entendimento e análise do sistema morfológico da língua.

Assim, começamos o nosso blog voltado para o estudo e compreensão da Morfologia e suas classificações. O qual será desenvolvido durante o decorrer do semestre, com a finalidade de identificar melhor o estudo da Morfologia, os conceitos de morfema e morfe e exercitar a prática de fracionamento e análise morfológica.